quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Quem herdará o planeta 2

Baratas parecem ser as herdeiras naturais do nosso planeta. Eu mesma já as acusei de elaborarem um plano sinistro - o consumo! - para acelerar nossa derrocada. Parecia uma teoria bem razoável!

Mas hoje, sem metáforas, acrescento algo de novo a esta palpitante especulação. Algo com bilhões de anos e que, seguramente, herdará o planeta.

São as arqueas. Assim são chamadas. São seres unicelulares e estão entre bactérias e seres eucariontes primitivos. Não tem o charme asqueroso das baratas. Não impactam a imaginação do leitor . Suas invejáveis cinturinhas, porém, medem-se em angstrons. Roa-se! Mas foram elas, muito provavelmente, os primeiros seres viventes da Terra. Delas, crê-se, surgiram todos os outros seres vivos.


E não é para menos. Suportam de tudo. E seguem vivendo. Suportam temperaturas extremas, salinidade máxima e , pasmem, radioatividade intensíssima. Neste último caso, submetidas a esta condição, seu DNA fica picotado, como era de se esperar, mas restitui-se...e as arqueas ressurgem, frescas.

É portanto fácil concluir que, depois de silenciar toda loucura e genialidade humana, as arqueas, estarão ainda aí. E por muito tempo. Esperam e desfrutam. Esperam já há dois ou três bilhões de anos. Que serão mais cinco, até que o Sol esfrie?

Neste interim, que poderá acontecer? Novas cadeias evolutivas? Nos moldes da que conhecemos ou noutro? E se novos tipos humanos surgirem no topo de uma nova cadeia evolutiva? Depois que fizerem suas aparição estranhos fungos, esquisitas estrelas do mar, peixes e tubarões inusitados, esdrúxulas abelhas, macacos minúsculos, neandertais poetas e uma nova gente, diferente da gente.

De que tipo serão estes seres do futuro, estes no topo da cadeia alimentar e evolutiva? Humanos, como nós? Super? Sub? Mega? Terão paixões? Dor de dente? Sentirão ciúmes? Envelhecerão? Implantarão próteses de silicone? Aplicarão na bolsa? Terão sutiens, celulares, carros e poços de petróleo? Pouco, ou nada, podemos dizer.

As arqueas, contudo, estarão aí para saber. Serão testemunhas da vida que, livre de nós, por certo, ressurgirá

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A bárbara Bárbara Xumaia!


Bárbara Xumaia foi professora de arte no Jardim Escola São Paulo, onde fui aluna dos quatro aos oito anos. O Jardim Escola foi um lugar lindo e feliz. Uma casa antiga, na Avenida Paulista, com um jardinzinho separado por um portão de madeira, árvores e pessoas inesquecíveis.



Bárbara foi uma delas. Alta, esbelta e loura, um tipo diferente. Suas aulas, com muito cheiro de tinta - que ainda sinto - com pincéis de vários tamanhos, principalmente alguns muito grandes, com potes de massa colorida para pintura a dedo e com cordinhas onde os trabalhos das crianças eram pendurados são difíceis de se esquecer. Tudo tão lindo, num galpão aberto, ao lado da horta.


E, qual não foi minha surpresa, quarenta e poucos anos depois, ao descobrir que esta mulher, guardada em um canto da memória, é uma artista finérrima!


Descubro pela Internet, que seu nome é Bárbara Xumaia. Deduzo logo que este estranho sobrenome deva ser um nome alemão abrasileirado, o que logo confirmo: chama-se Bábara Schulmayr Guzzi .

Estou pasma com as imagens que encontro na Internet de seus trabalhos. É arte naïf de grande sensibilidade. E de uma brasilidade tão doce e alegre.


Veja que lindo texto do crítico de arte Oscar D'Ambrosio sobre o trabalho artístico de Bárbara:
http://www.artcanal.com.br/oscardambrosio/barbaraxumaia.htm