terça-feira, 20 de dezembro de 2011

De Raquel Rolnik, no site do Le Monde Diplomatique Brasil, de dezembro de 2011.


Manifesto em defesa do Cine Belas Artes, patrimônio cultural, artístico e afetivo de São Paulo e do Brasil

Amparados na Constituição Federal, que inclui as “edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais” entre os bens que “constituem o patrimônio cultural brasileiro” (inciso IV do Artigo 126), defendemos o imediato tombamento do prédio da Rua da Consolação, 2.423, esquina com a avenida Paulista, onde funcionava o mítico Cine Belas Artes. Também demandamos das autoridades que lancem mão de todos os instrumentos necessários para reabrir o cinema, inaugurado em 1967 pela Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) e Companhia Serrador no mesmo prédio que antes abrigara o Cine Trianon, aberto em 1952.
Desde sua inauguração, o Cine Belas Artes manteve as características que demarcaram sua singularidade no circuito exibidor e tornaram-no fundamental para a cultura cinematográfica no Brasil. Ao longo de 44 anos, operou mais como um centro cultural formador de público do que mera sala exibidora, como atestam dois de seus aclamados projetos, o Cineclube e o Noitão, que, diferentemente das salas de shopping, promoviam uma atmosfera propícia à interação. Contou para isso com a preciosa contribuição de Ancona López, reconhecido internacionalmente como um dos melhores programadores de cinema e que teve Leon Cakoff como seu assistente. Soube, também, adaptar-se à nova tendência de complexos com salas pequenas e médias ao transformar seu espaço no mais significativo multiplex de rua do país.
O Cine Belas Artes promovia a diversidade cultural e a reflexão sobre dramas humanos, história, política e arte por meio de uma programação com filmes de alto padrão, brasileiros e estrangeiros, inclusive com elevado número de obras-primas procedentes de países pouco presentes no nosso mercado exibidor. Desempenhava papel fundamental no circuito cultural das ruas da Consolação e Augusta e Avenida Paulista. Nos fins de semana e feriados, recebia, em média, 1.800 frequentadores por dia. As filas se repetiam e lotavam suas salas também às segundas e quartas-feiras nas tradicionais promoções com ingressos mais baratos. Esse sucesso era favorecido igualmente pela facilidade de acesso a pé e por transporte público.
Entretanto, pressões do mercado imobiliário provocaram a suspensão das atividades do cinema em março deste ano. O fato recebeu ampla divulgação na mídia.  Frequentadores realizaram protestos na internet e na rua contra o fechamento e organizaram o Movimento pelo Cine Belas Artes (MBA). Centenas de depoimentos pró-Belas Artes, um abaixo-assinado com cerca de 20 mil assinaturas e adesões de quase 90 mil pessoas no aplicativo Causes no Facebook são apenas alguns exemplos do que é visto como uma das maiores mobilizações em defesa de um patrimônio cultural no Brasil. Destacamos que este uníssono de vozes em São Paulo coincide com o movimento de resgate histórico dos cinemas de rua em curso no Rio de Janeiro, que contempla a reabertura do igualmente mítico Cine Paissandú (tombado em 2008), anunciada para julho de 2012.
Garantir o cinema de rua é valorizar um modo de vivenciar a cidade com seus bares, restaurantes, livrarias, as pipocas e as pizzas e os encontros com amores, amigos e conhecidos. É, acima de tudo, um exercício de cidadania – lugar de comunhão entre memória, cultura e afeto – que deve ser protegido e fomentado pelo Poder Público.
Movimento pelo Cine Belas Artes (MBA)
Adesões ao manifesto devem ser enviadas para (copiar os três e-mails): albergon@gmail.comantoniomourareis@gmail.commanfrelia@gmail.com

sábado, 3 de dezembro de 2011

Judeus e muçulmanos promovem
ações sociais conjuntas em 26 países
Milhares de judeus e muçulmanos em 26 países da América do Norte, Europa, Oriente Médio e África participaram do “IV Fim de Semana de Congraçamento”, promovido pela Fundação para o Entendimento Étnico (Foundation for Ethnic Understanding-FFEU) em conjunto com o World Jewish Congress (WJC) e a Sociedade Islâmica da América do Norte. Através deste projeto, criado em 2008, centenas de sinagogas, mesquitas e centros culturais promovem ações sociais conjuntas. “Almejamos construir um movimento global de muçulmanos e judeus comprometidos com comunicação, reconciliação, cooperação e entendimento. Essa histórica efusividade entre eles ao redor do mundo demonstra que não só compartilhamos da mesma fé, mas também de um mesmo destino”, explica o rabino Marc Schneier, fundador e presidente da FFEU e vice-presidente do WJC. Em fevereiro de 2012, ocorrerá na Europa o segundo encontro do Comitê de Coordenação da União entre Líderes Europeus Judeus e Muçulmanos. Em março, a FFEU receberá, em Washington, a primeira Missão Latino-Americana de Líderes Muçulmanos e Judeus (Fonte: Conib).
Fotos: Debra Rubin/NJJN
Mulheres muçulmanas e judias conversam
sobre a feminilidade no judaísmo e no islamismo
Estudantes muçulmanos e judeus norte-americanos da
Universidade Rutgers (New Jersey/EUA) se uniram a membros
da comunidade da mesquita Muslim Foundation para preparar
500 refeições para pessoas sem teto e com fome. O evento,
intitulado de “Povos de Abraão Unidos Contra a Fome”, foi uma
das 125 ações conjuntas realizadas em 26 países, no “IV Fim
de Semana de Congraçamento”. Na foto, Brian Thompson,
Alina Razak e Zafar Jamil preparam refeição para pessoas carentes

sábado, 5 de novembro de 2011

Ser guache na vida

Ser guache na vida

De Cynara Menezes (Carta Capital - out. 2011)

Li no jornal sobre uma entrevista de Carlos Drummond de Andrade em que ele dizia: “a esquerda, até agora, no Brasil, tem sido a parte mais errada da opinião pública, a que mais caiu em erros”. O poeta querido afirmava abominar a direita, mas defendia a tese de que é possível “não ser partidário da esquerda e ter um pensamento consequente, que é o pensamento socialista, que não é propriedade da esquerda”. Enfim: ser socialista não é propriedade da esquerda. Uau. Essa frase mexeu comigo.
O que o autor dos versos “Vai, Carlos! ser gauche na vida” quis dizer com isso? A entrevista foi dada na época da campanha das Diretas Já, em 1984. Drummond, aliás, era contra. Ele chegou a apoiar o golpe militar em 1964, depois se arrependeria ao ver que a coisa não era para o seu “paladar”. Ou seja, o poeta mineiro possuía um certo conservadorismo, mas detestava a direita, por um lado; por outro, desprezava a esquerda, mas admirava o socialismo. É possível?
Fica claro para mim que Drummond manifestava desagrado com o que a esquerda se tornara ao longo do tempo. Não se pode acusar a direita de haver queimado o filme da esquerda: a própria esquerda no poder se encarregou de fazer seu marketing negativo. Sob a égide do “socialismo”, surgiram ditaduras, se perseguiram opositores, se restringiram liberdades individuais, houve censura, tortura e corrupção. E, mais grave, não se sanaram as diferenças sociais. O poeta devia pensar: como estes “esquerdistas” se atrevem a usar o nome do socialismo em vão? Se vivesse hoje em dia, Drummond não pensaria diferente: a “esquerda” continua blasfemando contra o socialismo. São poucos os reais esquerdistas representando o povo dentro dos partidos ditos de esquerda. Esquerdismo no sentido de ser progressista e um pouco além.
Ser de esquerda é não roubar nem deixar roubar; é ser contra a exploração do homem pelo homem e de países por outros países; é ser a favor da igualdade entre raças e gêneros; do Estado laico; é ser contra o preconceito e a intolerância; é ser a favor da natureza; de que o povo coma bem e direito; da justiça social; é ser a favor de uma nova política para drogas e aborto; da reforma agrária; da moradia, da educação e da saúde de qualidade para todos. Ser de esquerda é ser um defensor incorruptível da paz, da democracia e da liberdade. E ser de esquerda é, sim, dar menos importância ao dinheiro e mais à felicidade. (Que me perdoem os bons ricos, deles será o reino dos Céus.)
Vejo esta manifestação agora em Wall Street e sua interessante bandeira dos 99% que não têm nada contra o 1% que tem tudo, contra a ganância dos especuladores e dos bancos, as grandes corporações exploradoras e contra os corruptos. Pode ser minúsculo e ingênuo, não importa, mas é um movimento de esquerda, da verdadeira esquerda revolucionária, agora pacífica. É uma luta de Davi e Golias. Garotos com cartazes na mão contra o capitalismo, a fome, a opressão, as desigualdades, a injustiça. Não era isso que pregava o socialismo em seus utópicos primórdios? Mas tenho certeza que, se alguém chegar para muitos daqueles guris e chamá-los “esquerdistas”, eles irão torcer o nariz e fazer um muxoxo igual a Drummond.
Carlos Drummond de Andrade dizia que ser socialista não era privilégio da esquerda
A queda do muro de Berlim derrubou o socialismo naquele momento, mas se pelo menos suas concepções teóricas ainda são respeitadas, não se pode dizer a mesma coisa do esquerdismo. Hoje, o capitalismo também começa a ruir a olhos vistos, está fazendo água, não é “perfeito” como os neoliberais apregoavam. As guerras que os países capitalistas promovem já não são suficientes para disfarçar o fracasso do sistema em si. Por uma coincidência cósmica, de novo é The Wall dando o pontapé de partida. The Wall Street. Claro que a derrubada do muro foi televisionada 24 horas por dia enquanto a ocupação de Wall Street é ignorada pela mídia. Mas quem é que esperava moleza?
Esta grande crise econômica que se avizinha deveria ser uma hora e tanto para repensar o “ser de esquerda”, no mundo e no Brasil. Se estiverem interessados, os que se dizem de esquerda, os que se sentem de esquerda e os que amam a esquerda podiam aproveitar a oportunidade para rever bandeiras, ideais, discursos, projetos e sobretudo rever a prática do que é a “esquerda”. Em vez de continuar a macular a expressão, torná-la digna de se associar ao termo “socialismo”. Vinte anos após o fim da União Soviética, a palavra “esquerda” segue em baixa no mundo. Entre os direitistas, tanto faz que pensem assim, mas o mais triste é que ela está em baixa mesmo entre os que são de esquerda e nem sabem disso. Como os poetas.
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  1. katiuscadisse:
    "Ser gauche na vida", taí uma frase que me arrebatou na adolescencia e grudou na alma . A rebeldia lirica do poeta foi o meu escudo e leme para nortear sonhos e me defender das hipocrisias , das caretices , das mesmices , me impor num mundo preconceituoso e desigual sem me quebrar.Ser gauche naquela época era ser alérgica ao perfume acre das almas , traidoras , vendidas , arrogantes, delatoras, torturadoras, assassinas que faziam parte de um sistema terrorista de Estado.Ser gauche me dizia o poeta no meu íntimo é discordar com o que aflinge , fere, é não seguir a boiada silenciosa e se preciso atiçar o desespero , berrar, chorar, esperniar, lutar. Ser gauche hoje , alem de tudo isso é vasculhar nas entranhas a fragilidade perdida , a delicadeza do espirito na sua pureza quase original , e isto vai alem de siglas e partidos , exercitar a sensibilidade, não se acomodar, confortar, dar voz, correr atrás do que mereço e mereçemos.Ser gauche, é uma escolha pelo lado sensivel ,o esquerdo , do coração que chora e arrebata, um desvio apaixonado e crítico ao direito cooptado pelo sistema a quem alimenta e obedece cegamente para extrair benesses . Carrego na minha bagagem os mesmos sonhos de ontem de direitos iguais para todos, preciso deles para viver, com uma ressalva: não cabem na minha alma gauche ontem e hoje os fazedores de guerras, os assassinos, mercenarios,traidores, usurpadores, torturadores, invasores gananciosos, porque de tanto se chafurdarem em sangue, perderam a humanidade
    .

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Custos não computados

Não se percebe o custo ambiental e de saúde de produzir-se e rodar-se um carro, de extraír-se e empregar-se combustíveis. Estes fatos não estão computados no preço do carrinho do ano ou da gasolina na bomba. O dia que os desserviços ambientais, sociais, e humanos que carros, combustíveis e outras engenhocas do mundo moderno prestam à sociedade, como um todo, forem computados nos
preços destas coisas, seus "custos sócio-ambientais"...tornar-se-ão inviáveis! Ah, e em tempo, e quem vai pagar a conta das mortes, mutilações, perdas ambientais e sociais das farsas das Guerras do Golfo e do Iraque que, no fundo e no raso, eram guerrinhas que visavam só garantir o petróleo para os obesos americanos, e seus seguidores ideológicos, mundo afora? Ah, e também, atender a indústria de armamentos, que estava aborrecida...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Eu, SUS, ironia e mau gosto

O link: http://purplesofa.wordpress.com/2011/11/01/eu_o_sus_e_tals/ by Nina Crintzs Há seis anos atrás eu tive uma dor no olho. Só que a dor no olho era, na verdade, no nervo ótico, que faz parte do sistema nervoso. O meu nervo ótico estava inflamado, e era uma inflamação característica de um processo desmielinizante. Mais tarde eu descobri que a mielina é uma camada de gordura que envolve as células nervosas e que é responsável por passar os estímulos elétricos de uma célula para a outra. Eu descobri também que esta inflamação era causada pelo meu próprio sistema imunológico que, inexplicavelmente, passou a identificar a mielina como um corpo estranho e começou a atacá-la. Em poucas palavras: eu descobri, em detalhes, como se dá uma doença-auto imune no sistema nervoso central. Esta, específica, chama-se Esclerose Múltipla. É o que eu tenho. Há seis anos. Os médicos sabem tudo sobre o coração e quase nada sobre o cérebro – na minha humilde opinião. Ninguém sabe dizer porque a Esclerose Múltipla se manifesta. Não é uma doença genética. Não tem a ver com estilo de vida, hábitos, vícios. Sabe-se, por mera observação estatística, que mulheres jovens e caucasianas estão mais propensas a desenvolver a doença. Eu tinha 26 anos. Right on target. Mil médicos diferentes passaram pela minha vida desde então. Uma via crucis de perguntas sem respostas. O plano de saúde, caro, pago religiosamente desde sempre, não cobria os especialistas mais especialistas que os outros. Fui em todos – TODOS – os neurologistas famosos – sim, porque tem disso, médico famoso – e, um por um, eles viam meus exames, confirmavam o diagnóstico, discutiam os mesmos tratamentos e confirmavam que cura, não tem. Minha mãe é uma heroína – mãos dadas comigo o tempo todo, segurando para não chorar. Ela mesma mais destruída do que eu. E os médicos famosos viam os resultados das ressonâncias magnéticas feitas com prata contra seus quadros de luz – mas não olhavam para mim. Alguns dos exames são medievais: agulhas espetadas pelo corpo, eletrodos no córtex cerebral, “estímulos” elétricos para ver se a partes do corpo respondem. Partes do corpo. Pastas e mais pastas sobre mesas com tampos de vidro. Colunas, crânio, córneas. Nos meus olhos, mesmo, ninguém olhava. O diagnóstico de uma doença grave e incurável é um abismo no qual você é empurrado sem aviso. E sem pára-quedas. E se você ta esperando um “mas” aqui, sinto lhe informar, não tem. Não no meu caso. Não teve revelação divina. Não teve fé súbita em alguma coisa maior. Não teve uma compreensão mais apurada das dores do mundo. O que dá, assim, de cara, é raiva. Porque a vida já caminha na beirada do insuportável sem essa foice tão perto do pescoço. Porque já é suficientemente difícil estar vivo sem esta sentença se morte lenta e degradante. Dá vontade de acreditar em Deus, sim, mas só se for para encher Ele de porrada. O problema é que uma raiva desse tamanho cansa, e o tempo passa. A minha doença não me define, porque eu não deixo. Ela gostaria muitíssimo de fazê-lo, mas eu não deixo. Fiz um combinado comigo mesma: essa merda vai ter 30% da atenção que ela demanda. Não mais do que isso. E segue o baile. Mas segue diferente, confesso. Segue com menos energia e mais remédios. Segue com dias bons e dias ruins – e inescapáveis internações hospitalares. A neurologista que me acompanha foi escolhida a dedo: ela tem exatamente a minha idade, olha nos meus olhos durante as minhas consultas, só ri das minhas piadas boas e já me respondeu “eu não sei” mais de uma vez. Eu acho genial um médico que diz “eu não sei, vou pesquisar”. Eu não troco a minha neurologista por figurão nenhum. O meu tratamento custaria algo em torno de R$12.000,00 por mês. Isso mesmo: 12 mil reais. “Custaria” porque eu recebo os remédios pelo SUS. Sabe o SUS?! O Sistema Único de Saúde? Aquele lugar nefasto para onde as pessoas econômica e socialmente privilegiadas estão fazendo piada e mandando o ex-presidente Lula ir se tratar do recém descoberto câncer? Pois é, o Brasil é o único país do mundo que distribui gratuitamente o tratamento que eu faço para Esclerose Múltipla. Atenção: o ÚNICO. Se isso implica em uma carga tributária pesada, eu pago o imposto. Eu e as outras 30.000 pessoas que tem o mesmo problema que eu. É pouca gente? Não vale a pena? Todos os remédios para doenças incuráveis no Brasil são distribuídos pelo SUS. E não, corrupção não é exclusividade do Brasil. O maior especialista em Esclerose Múltipla do Brasil atende no HC, que é do SUS, num ambulatório especial para a doença. De graça, ou melhor, pago pelos impostos que a gente reclama em pagar. Uma vez a cada seis meses, eu me consulto com ele. É no HC que eu pego minhas receitas – para o tratamento propriamente dito e para os remédios que uso para lidar com os efeitos colaterais desse tratamento, que também me são entregues pelo SUS. O que me custaria fácil uns outros R$2.000,00. Eu acredito em poucas coisas nessa vida. Tenho certeza de que o mundo não é justo, mas é irônico. E também sei que só o humor salva. Mas a única pessoa que pode fazer piada com a minha desgraça sou eu – e faço com regularidade. Afinal, uma doença auto-imune é o cúmulo da auto-sabotagem. Mas attention shoppers: fazer piada com a tragédia alheia não é humor, é mau gosto. É, talvez, falha de caráter. E falar do que não se conhece é coisa de gente burra. Se você nunca pisou no SUS – se a TV Globo é a referência mais próxima que você tem da saúde pública nacional, talvez esse não seja exatamente o melhor assunto para o seu, digamos, “humor”. Quem me conhece sabe que eu não voto – não voto nem justifico. Pago lá minha multa de três reais e tals depois de cada eleição porque me nego a ser obrigada a votar. O sistema público de saúde está longe de ser o ideal. E eu adoraria não saber tanto dele quanto sei. O mundo, meus amigos, é mesmo uma merda. Mas nós estamos todos juntos nele, não tem jeito. E é bom lembrar: a ironia é uma certeza. Não comemora a desgraça do amiguinho, não.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Por mais ciclovias no Rio de Janeiro!

Ciclovia já!!!

Relatório da Contagem de Bicicletas em Laranjeiras, feito pelo Transporte Ativo, Cidades em Transição, Bairro das Laranjeiras e Amigos do Cosme Velho e simpáticos simpatizantes, no dia 5/10, na esquina das ruas General Glicério e Laranjeiras.


Amigos do Cosme Velho
(imagem do Largo do Boticário)
 

http://www.ta.org.br/contagens/cb/cblcv.pdf

Bicicleta, uma paixão secreta...

Desenho de Milla Scamignon

Bicicloteca, Biblioteca sobre bicicleta...em São Paulo

1,50 m de distância entre carros e bicicletas, pelo Código de Trânsito Nacional

Contagem de bicicletas no dia 5/10/11, em Laranjeiras: 978 bicicletas em um dia, num ponto!

Cyclophônica: orquestra de câmara sobre duas rodas. O charme!

Lindinho de morrer!

O lamento silencioso e triste das árvores arrancadas.



As imagens mostram acões no Cosme Velho em prol de árvores impunemente retiradas. O "cadê a árvore daqui" é a ação do Grupo OFFSINA, do palhaço Café Pequeno. As pinturas são obra do 7 M - 7 mulheres com incômodo...pela inação e incompetência do governo do Rio. O poder público no Rio, em todas as suas questões urbanas, excluido-se mega-projeto$, está um caos. Órgãos distintos não dialogam entre si. No caso das árvores, estão envolvidos Parques e Jardins (moribunda, no leito de morte), Comlurb (chamada para executar - literalmente- árvores e serviços de poda assassinos), e algum órgão de serviços como calçamento, etc...Nenhum se fala ou conhece. Quem padece são as árvores e o cidadão. Mais uma vez. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ESTATUTO DO HOMEM


(Ato Institucional Permanente)

A Carlos Heitor Cony


Artigo I

Fica decretado que agora vale a verdade.

agora vale a vida,

e de mãos dadas,

marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II

Fica decretado que todos os dias da semana,

inclusive as terças-feiras mais cinzentas,

têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III

Fica decretado que, a partir deste instante,

haverá girassóis em todas as janelas,

que os girassóis terão direito

a abrir-se dentro da sombra;

e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,

abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV

Fica decretado que o homem

não precisará nunca mais

duvidar do homem.

Que o homem confiará no homem

como a palmeira confia no vento,

como o vento confia no ar,

como o ar confia no campo azul do céu.

      Parágrafo único:

O homem, confiará no homem

como um menino confia em outro menino.

Artigo V

Fica decretado que os homens

estão livres do jugo da mentira.

Nunca mais será preciso usar

a couraça do silêncio

nem a armadura de palavras.

O homem se sentará à mesa

com seu olhar limpo

porque a verdade passará a ser servida

antes da sobremesa.

Artigo VI

Fica estabelecida, durante dez séculos,

a prática sonhada pelo profeta Isaías,

e o lobo e o cordeiro pastarão juntos

e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII

Por decreto irrevogável fica estabelecido

o reinado permanente da justiça e da claridade,

e a alegria será uma bandeira generosa

para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor

sempre foi e será sempre

não poder dar-se amor a quem se ama

e saber que é a água

que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX

Fica permitido que o pão de cada dia

tenha no homem o sinal de seu suor.

Mas que sobretudo tenha

sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X

Fica permitido a qualquer pessoa,

qualquer hora da vida,

o uso do traje branco.

Artigo XI

Fica decretado, por definição,

que o homem é um animal que ama

e que por isso é belo,

muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII

Decreta-se que nada será obrigado

nem proibido,

tudo será permitido,

inclusive brincar com os rinocerontes

e caminhar pelas tardes

com uma imensa begônia na lapela.

      Parágrafo único:

Só uma coisa fica proibida:

amar sem amor.

Artigo XIII

Fica decretado que o dinheiro

não poderá nunca mais comprar

o sol das manhãs vindouras.

Expulso do grande baú do medo,

o dinheiro se transformará em uma espada fraternal

para defender o direito de cantar

e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.

Fica proibido o uso da palavra liberdade,

a qual será suprimida dos dicionários

e do pântano enganoso das bocas.

A partir deste instante

a liberdade será algo vivo e transparente

como um fogo ou um rio,

e a sua morada será sempre

o coração do homem.



Thiago de Mello


Santiago do Chile, abril de 1964

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O arquiteto Luiz Gerbassi apresentou , no dia 12/09/2011, ao grupo de Amigos do Cosme Velho (Facebook) o que parece ser o projeto de sua vida. Aplicou a este "nó" da cidade chamado Corcovado um estudo abrangente e integrador, testado já em outras cidades do mundo. Com embasamento logístico e estatístico, o projeto desvendou-se numa proposta que contempla, de forma inovadora, os anseios dos moradores do Cosme Velho por paz, e uma vizinhança harmoniosa. Com clareza, demonstrou o que todos sabem: se veículos são a fonte de problemas, e este é o caso do acesso ao Corcovado - carros, táxis, vans e ônibus -, ao criar-se espaço para acomodá-los, como estacionamentos, muitos mais virão. E, aquilo que a edificação de um estacionamento visa resolver, piorará. Dos pontos expostos pelo especialista Gerbassi, os que mais se destacaram são a exclusividade do transporte coletivo no acesso ao Cristo; a unidade deste transporte, de forma que se pode subir num veículo e descer noutro, no primeiro que houver; a criação de mecanismos tarifários para distribuir melhor o fluxo de visitantes; a recuperação de áreas agora degradadas do Parque nacional da Tijuca; a redução da circulação de veículos na área do Parque e a consequente redução na carga de poluição na mata. Tudo isto tem um profundo efeito no entorno, na vizinhança do bondinho, e no conceito de urbanismo e turismo. Foi uma grata surpresa este interlocutor tão qualificado entre o grupo. Ele dá a todos que o ouviram, ou tem acesso ao seu trabalho, a esperança de que o entendimento de que a cidade necessita desenredar-se de sua 'carromania' é também uma visão de quem "está" governo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Hotel Felicidade, de Barbara Xumaia!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Mal Ronda a Terra

Acabei de ler "O Mal Ronda a Terra", de Tony Judt. É a melhor reflexão política, social e ideológica sobre como chegamos até aqui e que caminhos podemos seguir. Fecho triste o livro. Judt morreu logo após seu final, em 2010. Abaixo, o último parágrafo do livro: "Ao escrever este livro tentei oferecer alguma orientação aos que - especialmente jovens - buscam articular suas objeções a nosso modo de vida. Contudo, isso não é o bastante. Como cidadãos de uma sociedade livre, temos o dever de analisar criticamente nosso mundo. Mas, se acreditamos saber o que está errado, devemos agir a partir desse conhecimento. Os filósofos, como notoriamente já observamos, até agora apenas interpretaram o mundo de várias maneiras; a questão é mudá-lo."

Medo de livro





Que medo!! Estou começando a ler "O Mundo Segundo a Monsanto". Embora eu saiba muito sobre a empresa e a combata arduamente e, ainda, lute ferrenhamente pela divulgação dos orgânicos - uma luta de formiguinhas contra o gigante... cada linha me faz passar mal. Ler é diferente de assistir um filme - e este está no You Tube. Na leitura, você caminha na sua própria velocidade. E, neste caso, a cada três linhas, paro para respirar fundo por que fico indignada e profundamente desesperançosa pela vida de nossos filhos. Dá muito medo, a cada nova página com que me defronto...

Eu me pergunto: porque um mundo que luta e se opõe, tantas vezes, a governos injustos, mentirosos e cruéis...porque, neste mundo, não há mecanismos para deter corporações como a Monsanto, que detém um poder maior que centenas de países e que, todos sabemos, mente e é profundamente cruel.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

http://g1.globo.com/videos/globo-news/cidades-e-solucoes/v/brasil-e-o-pais-que-mais-usa-agrotoxicos-no-mundo/1585888/#/programas/page/1

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Reuniões dos Amigos do Cosme Velho

É exemplar, altruísta e político reunirmo-nos para discutir nosso entorno. E, na medida em que o fazemos, damos exemplo para os bairros que nos cercam, de mobilização e liderança na manifestação de descontentamento e desejo de mudança.

Tenho, porém, algumas considerações a fazer

99% das falas do grupo redundam, direta ou indiretamente, na questão carros, ônibus, vans, taxis e motos. "os ônibus param na minha rua e ninguém passa..."; as vans bloqueiam a saída de carros da minha casa...", "o trânsito atrapalha a passagem de carros na rua..." etc.

Todos querem ter a liberdade de usar seu carro e se locomover. Até o Padre, diretor do São Vicente, quer ter a liberdade de usar seus ônibus altos e grandes (para não usar mais que um, menores), e para isto sugere até que árvores sejam podadas.

Poucos lembramos da coletividade. Esquecemos de que podemos abrir mão de algumas prerrogativas para que todos possam usufruir de um direito igualitário. E somos mais que os moradores de classe média das reuniões. Somos mais que um bairro isolado na cidade.

E enquanto o mundo discute a importância do transporte coletivo, de qualidade, não gerador de CO2 e Efeito Estufa, insistimos no individual e na velocidade. Enquanto, despoluiu-se o Tâmisa, temos pudores em despoluir a baia da Guanabara, fazendo a parte que nos cabe.

Quando em Portugal, optou-se por Veículos Leves sobre Trilhos, para Lisboa, o raciocínio foi, não de carros particulares competirem por espaço com o VLT. Mas, de carros serem deixados em casa, e das pessoas optarem por este transporte coletivo. Assim também em outros países europeus. Esta é uma das sugestões que não vejo respaldada nas reuniões em que a exponho, e que não está listada no resumo do GT.

Secundariamente, a sugestão de uma ciclofaixa, cobrada de mim (pois a omiti) por várias pessoas na minha última fala também não recebe apoio verbal no coletivo nem menção no resumo (embora, enquanto falo, vários apoiam com um 'sim' de cabeça).

E por fim, uma novidade, para confirmar minha postura de 'esquisita': saibam que existem inúmeras estações minúsculas (duas caixas d'água) de tratamento de esgoto para prédios e hotéis. Umas tratam esgoto de 50 a 70 famílias. Estão todas na Internet. Muitos prédios tem espaço para elas. Se for uma medida da prefeitura, todos estes prédios, que despejam seu esgoto, primitivamente, no Rio Carioca, poderão despoluir o esgoto in loco e devolver ao rio água limpa.

Todos quando viajamos para o exterior, para a Europa, especialmente, podemos apreciar as soluções urbanas de qualidade, democráticas e simples que vemos. Porque insistirmos neste modelo que privilegia uns poucos e nos faz trombar, a todos, nas ruas lotadas de carros fazendo o que lhes é individualmente melhor...? Como bairro, podemos "detonar" uma mudança. Será uma semente muito boa, gerada a partir deste esforço grupal. Nada mais político, engajado e moderno.

...e imaginem, se depois de tudo isso, pudermos usar a praia do Flamengo e Botafogo para banho e lazer, e para comemorar...como se fazia no tempo de Machado de Assis?

Bjs

Recebi este comentário de "al mare LOVER":

Maysa,
excelente artigo
se cada um colaborar temos a força da coletividade, dois pontos:
1 - EXISTEM SOLUÇÕES de esgoto biologico (green machine veja na internet) que associados ao sistema de coleta e separação de resíduos diminuem muito a pegada ambiental dos predios e condominios
2- a solução de transporte coletivo integrado ao METRO diminuiria em muito os problemas do cosme velho
meus dois centavos

17 de agosto de 2011 06:47

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Depilação e consciência ambiental...uma lenda pessoal!

Nunca depilei minhas pernas. Enquanto minhas amigas, na adolescência, exploravam os segredos da depilação, eu, diante da pressão "normalizadora", recuei. É que me habitava uma crença de foro íntimo: estava seguríssma que, num futuro não distante dali, passaria a viver, sem retorno, numa imensa e cerrada floresta tropical, a Amazônia...e lá, não haveria Gillettes ou Phillishaves...

Numa arqueologia de mim, pergunto porque esta lenda pessoal, gerada na infância, persistiu dentro de mim quando eu já assistia a complexos filmes de arte no Cine Bijoux? Memórias revelam hoje que sempre observei a cidade em meu redor. E São Paulo, por onde eu caminhava naqueles anos, enfeiava-se mais e mais, sem fim. Não era possível que ninguém visse e sentisse o mesmo! O ar era irrespirável. As ruas, tornaram-se , em poucos anos, lotadas de carros que soltavam fumaça em tons de negro. O trânsito, naquela década em tudo cinzenta, a década de 70, já era infernal. Plantas mirradas brotavam das rachaduras do asfalto fechado que pavimentava o caminho para a escola. Mendigos estiravam-se por ruas garbosas dos "jardins", cheios de filhas e filhos. Não havia mais quase verde. Todos os dias, árvores eram cortadas - imensas sibipirunas. Umas outras soltavam tristes uma tinta vermelha. As casas no caminho da minha infância, com jardins, e florzinhas lilás, foram sendo soterradas por prédios escuros ou chiques, envidraçados com modernos vidros "fumê".

Passamos vários dilúvios. E nada melhorou. Ruas são mais do que infernais. Milhares de filhas e filhos vivem nelas. Prédios, ainda mais horrendos, soterram e condenam, sombreando-as, as casas que resistem. O pequeno comércio de rua, pobre, remediado ou rico, sucumbe aos conglomerados - mercados gigantes e shopings alucinados. Árvores, finalmente lembradas, são agora plantadas em meio a tráfico intensíssimo, na margem artificial da marginal de um rio morto qualquer.Carros tem filtros, mas o seu número, milhares de vezes maior, 'compensa' em muito a redução de emissões individuais.

Minha lenda pessoal habita agora um deserto. Convenci-me de que não morarei, nem morrerei, na floresta selvagem, lá onde estou certa que se vive com pouco, onde se come do que o ambiente oferece, sem venenos, onde se bebe água dos rios, onde se vive em tribo e não se destrói a mata. Sei de meu destino urbano. E das notícias que vem da Amazônia, as coisas estão ainda muito mais decepcionantes. Tudo indica que há muita luta dura a ser lutada, com peixes muito grandes.

Enquanto luto virtualmente com toda as minhas forças do meu ser, contra todas as forças do dinheiro que destroem a floresta das nossas vidas... por precaução, ainda não me depilei. Sabe lá as voltas que a vida pode ainda dar...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Agronegócio é tóxico!

A monocultura convencional conhece de há muito o problema da uniformidade genética das culturas, que predispõe toda a plantação a pragas inesperadas. Com os transgênicos ocorre o mesmo. A seleção genética exógena, inserida nas sementes, que visa a dar resistência a determinados herbicidas (caso das sementes de soja modificadas pela Monsanto e sua resitência ao Roundup - Glifosato - que mata TODO o resto) ou outras condições, mostra-se, a curto-prazo, ineficaz diante da natureza... que muta e muda... e produz superorganismos... resistentes ao escudo genético que os Novos Deuses da Vida criam em seus laboratórios.

A produtividade de sementes transgênicas é alta a princípio, mas não se mantém. Como a própria agricultura convencional, do agro-negócio, a agricultura com transgênicos também tem que - de quando em quando - buscar novas variedades na natureza.

Mas se ambas as culturas, convencional e transgênica, não preservam o meio ambiente, matas com alta diversidade biológica (solos e água), onde, no final das contas, buscarão novos genes que possam alimentar as bocas do mundo...e os bolsos do agrobussiness?

Numa palestra, num congresso da ASIPI, havia um representante da Monsanto que me disse, quando questionado por mim do porquê não investir em uma agricultura ecológica mais produtiva, que "não gosta de comer cocô". Surpreendi-me com tal resposta, mas, pouco depois, numa busca pela Internet, descobri que os funcionários da Monsanto estão instruídos a dar esta resposta quando o assunto é alimento orgânico. Sua intenção, de psicologia primária, é desqualificar o alimento orgânico associando-o, mentirosamente à "sujeira".

Por que as empresas de sementes temem uma agricultura que respeita a natureza? A procura por alimentos orgânicos é grande na Europa e tende a crescer. Parte do que o Brasil produz destes alimentos, por exemplo, é exportada para lá. Isto, por si só já seria inquietante para quem quer ter o controle global da produção de alimentos.

Mas há mais. O alimento cultivado com princípios ecológicos não permite o controle monopolizante de sementes, como fazem empresas como a Monsanto. Parte dos princípios do plantio natural é a seleção, por parte do agricultor, das melhores plantas para replantio de suas sementes. É algo que se faz há milhares de anos.

Além disso, se provarmos que a produção de alimentos orgânicos em grande escala é viável, o agrobusiness, ainda que tarde, enfrentará problemas. A demanda por alimentos saudáveis está crescendo. Só tende a aumentar.

BUSQUE ALIMENTOS ORGÂNICOS.

Como consumidores, temos um grande poder em nossa mãos: o de comprar ou deixar de. Consumidores informados escolhem melhor. E o fazendo, pressionam as redes de distribuição de produtos. No caso dos orgânicos, considerados caros, o consumo consciente deve torná-los mais baratos e disponíveis a um maior número de consumidores. ISTO É O QUE DESEJAMOS TODOS.

Assista o filme "O Veneno está na Mesa", de Sílvio Tendler, lançado em 25/07/2011. Ele está disponível na Internet NOS LINKS:

(ajudem a divulgar!)

Parte - 1 http://www.youtube.com/watch?v=WYUn7Q5cpJ8&NR=1
Parte - 2 http://www.youtube.com/watch?v=NdBmSkVHu2s&feature=related
Parte - 3 http://www.youtube.com/watch?v=5EBJKZfZSlc&feature=related
Parte - 4 http://www.youtube.com/watch?v=AdD3VPCXWJA&feature=related

Prefeito de Vilna: na guerra pelo respeito à bicicleta

O prefeito de Vilna, capital da Lituânia, um entusiasta do uso da bicicleta, passou com um tanque de guerra sobre um carro estacionado à la carioca sobre a ciclovia. Um factóide super classudo. No final, o bonitão ainda varre os cacos de vidro.


http://www.youtube.com/watch?v=IvGaSct3cJk

sábado, 16 de julho de 2011

De bicicleta ao centro do Rio


Venho para o trabalho de bicicleta, da seguinte maneira:

1) Saio de Laranjeiras e chego no Aterro. Quando chego no Aeroporto Santos Dumont, desço da bicicleta para atravessar (e não é fácil por que os carros vem em grande número e em curva). Passo para a Praça em frente ao Aeroporto. Eu a atravesso de bicicleta. Do outro lado, atravesso à pé na faixa (inútil), que ninguém respeita ou pára. Desço da praça andando, pois não há rebaixamento (sempre imagino meus amigos cadeirantes!) e o meio fio deve ter ums 40 cm. Rebaixamentos e recuperação de calçadas, e sinaleiros com botões são baratos para a "sensível" Prefeitura do Rio. São medidas simples e democráticas.

2) Do outro lado da Praça do Aeroporto, em frente à entrada de carros da Aeronáutica, há rebaixamento, e sigo então pela calçada. Ando na calçada quando os lugares são perigosos- respeito os pedestres, dando-lhes preferência. A calçada que margeia o muro da Aeronáutica é bastante vazia e arrumadinha - mostra respeito ao pedestre ou cadeirante! Este é um lugar onde acho que poderia haver uma ciclofaixa compartilhada, estreita pintada.

3) Seguindo: acaba a área da Aeronáutica, e aí as calçadas e os rebaixamentos falham muito. Lembro-me de novo de meus amigos cadeirantes, pobres! Tudo isto pode melhorar. Chego a uma calçada , ao lado do mergulhão, que tem grade. Ali, com um pouco de boa vontade, a calçada pode ser corrigida, alargada e receber os devidos rebaixamentos.

4) Bem, chego à Praça Quinze. Uma zona. Não é difícil, porém, mesmo na zona circular ali de bicicleta. Uma ciclofaixa, pintada no chão, com uma marcação para cegos, disciplinaria bicicletas em baixa velocidade e pedestres.

5) Passo a Praça Quinze. Chego ali no seu extremo, em direção àquelas ruazinhas antigas que levam ao CCBB. Faltam "n" rebaixamentos (...cadeirantes...). Os meio fios são altíssimos.

6) Circulo pelas ruazinhas. Agumas tem o chão liso. Um toque aqui, outro ali, e o lugar se torna maravilhoso. Chego ao CCBB. Atravesso a Rua 1º de Março. Ali em frente ao CCBB, acho que poderia ter uma faixa de baixa velocidade talvez na calçada.

7) E agora vem o ponto "X" do trajeto que é um proposta(eu não o faço porque meu trabalho já é por aí). Existe a Rua Visconde de Inháuma/Marechal Floriano, que segue até a Central. Ela é larga e tem três faixas de cada lado (carros estacionam em ambos os lados e, às vezes, em fila dupla). Ela corre paralela à Av. Presidente Vargas. Uma ciclovia ali pode chegar à Central!!! EUREKA!

8) E seguindo na proposta, ligo a Central à empresa concessionária dos trens urbanos do Rio, a Supervia, "conhecida" por ser "flexível, simpática e ecofriendly"...(kkkkks). Ela certamente ficará encantada com a idéia de uma ciclovia que sai do Leblon e chega à Central. "Este é o espírito do Rio + 20!", bradará!! É tudo o que espera para se mostrar uma empresa não apenas oportunista (Oportrans é seu nome comercial), mas outrossim ligada no seu tempo e público! Seguramente, e sem resistência, colocará, um pedacinho do último vagão de cada trem reservado para bicicletas, e, assim, os ciclistas que vem da Zona Norte, trabalhar ou estudar no Centro ou Zona Sul, podem transportar suas bicis no trem, e desembarcar em segurança para pedalar o resto de seu trajeto. Isto, é claro, antes de se criarem ciclovias seguras e conectadas em toda a Zona Norte, afinal nossa prefeitura é tão "sensível e democrática" (kkkkks)....

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Julian Assange - Entrevista

http://www.youtube.com/watch?v=bVGqE726OAo

sábado, 18 de junho de 2011

Desmatar mais para quem?

Para quem o Novo Código Florestal, este recém aprovado pelo Congresso, com a anuência do (insira o xingamento) Aldo Rebelo, foi aprovado? Querem desmatar mais em seu ou meu benefício? O que está por trás disto tudo?

Antes de respondermos, saibamos que 80% do que comemos no Brasil, se origina em agricultura familiar. Não é o agronegócio, com seus imensos latifúndios sojeiros, que nos alimenta.

Os grandes produtores do agrobusiness, estes que hoje produzem e exportam soja, são os que lutam por mais terra agriculturável. Quanto menos matas, mais terra, mais soja, mais dólares. São empresas como Monsanto, Dupont, Syngenta, Basf, Bayer, Dow, Cargill, Bunge, Louis Dreyfus e ADM. Estas compõem os lobbies da mudança do Código Florestal. São milhões de dólares para os bolsos de nossos frágeis congressistas!

E soja é o grande componente das exportações brasileiras, um modelo antiquado e estrábico. Com ela viaja, a biodiversidade, a água, o rastro do trabalho escravo, da destruição ambiental e contaminação de solos e água com Glifosato ("Round up").

Será que na balança comercial estão computados os danos ambientais e sociais associados? Presidenta droussef@yahoo.com.br, mudemos! A conta das exportações tem que incluir o ser humano e o meio ambiente. Não é mais possível privatizar-se lucros e socializar-se prejuízos.

Respondendo: não se está buscando a aprovação oficial para mais desmatamento para meu ou seu benefício, e sim para o lucro deste punhado de empresas corruptoras que seguem cegas no seu modelo colonialista irresponsável.

No dia 19/06/2011, em Copacabana, milhares de pessoas protestaram para preservar nossas florestas com uma responsabilidade inovadora.