sexta-feira, 28 de março de 2014

SENADOR POMPEU, LEANDRO MARTINS E CAMERINOS

Hoje peguei um ônibus que me enganou. Dizia o letreiro luminoso, e mutante, que ele passaria pela Av. Rio Branco. Mas foi uma pegadinha bem-humorada dos empresários de ônibus, uma categoria prestadora de um serviço essencial que defeca na clientela, sem alternativas. Qualquer governo que cuidasse do cidadão teria um canal claro e fácil de reclamações e, nos casos reincidentes, retiraria a concessão destas empresas.

Mas, o Rio está numa crise de valores, de instituições, de autoestima.  Talvez seja a crise que se abate sobre todo o Brasil.
Uma grande parte da população, pobre e com baixo nível de educação, não demanda suficientemente melhorias na cidade, melhorias nos serviços prestados pelo estado e, pior, muitas vezes sequer imagina que podem ser melhores. Uma outra parte da população, classe média mais alta, paga do bolso (além dos impostos) pelos serviços de que necessita – saúde, educação e transporte. Então, não os demanda do Estado também.  E na cidade, palco da vida inteira para muitas pessoas –  gente que viverá e jamais sairá dela – os serviços, que definem suas  vidas, são muito ruins. A cidade, como palco para a vida está em ruínas, e as  alternativas são poucas.

Veja o que motivou este texto. Hoje, ao tomar o ônibus errado, como disse no começo do texto, desci no pior, porém o melhor lugar que pude: na Central do Brasil. Como aquela é uma central de trens, e estes são “populares” (trens no Rio e no Brasil são para o povão), tudo no seu entorno está degradado. O casario está despencando, as ruas estão sujas e esburacadas, as calçadas, se existem, estão depredadas e as pessoas seguem, na maioria, este mesmo padrão.

Como gosto de caminhar e não me acanho em fazê-lo - ainda que por longas e incertas distâncias – saí da Central, pela Rua Senador Pompeu.  Fui seguindo intuitivamente em direção à Av. Rio Branco, meu destino. Percorri a rua inteira, e quantas fantasias percorreram a minha mente!

Imaginei ali uma ciclovia (moleza conectar a Av. Rio Branco, ou o Centro “em bom estado”, com a Central!). Depois, imaginei como poderia tornar este bairro, no interregno entre uma parte mais ou menos OK do Centro, com a Central. Uma área desperdiçada e linda.  Os imóveis antiquíssimos ali são, em geral, imensos. A maioria não vê uma demão de tinta há uns bons 100 anos.   Há galpões hiper-sub- aproveitados. Sujos, cheios de entulhos, lixos, carros velhos, máquinas antigas. Mas o que fazer numa região destas? Gentrificá-la? Chamar um Eike Batista da vida, comprar tudo, por um preço vil, modernizar, restaurar e colocar cafés e livrarias? Sim a fantasia passa por aí. E se a cidade, num surto de urbanismo cidadão, isentasse de IPTU e financiasse a melhoria orientada na região? Restauração dos casarões, arborização, calçamento das visa, colocação de  novo e adequado mobiliário urbano?



As cidades, ao menos as brasileiras, vivem este dilema. Ou se entregam ao financiamento privado - e no caso do capitalismo tropical, ao se entregar algo ao empresário, não se fiscaliza. Fica a seu cargo decidir o que e como fazê-lo, pois , cremos que quem paga tem todo o direito.  Ou não fazem isto. Se a cidade não pode bancar a melhoria de um bairro valioso, central e com tradição, como este, que sim, faça parceria com o empresário mas com orientação estrita. Restauração,  atividades, etc...Não vale a pena fazer isto neste bairro? Quem se habilitará?

sábado, 22 de março de 2014

Lula e Dilma comem criancinhas?


É o que a mídia caquética quer nos fazer crer. 
Mas os governos de Lula e Dilma, são comunistas?
Infelizmente, não. Não o suficiente. Foram e são governos que aumentaram as oportunidades para populações historicamente esquecidas, com o Bolsa Família, e programas como Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos, Pontos de Cultura e políticas afirmativas.

A maior parte da tradicional classe média não se beneficiou diretamente com estes programas. Apenas, quem tem negócios ou faculdades particulares os viu prosperar. Supermercados, lojas, revendedoras de automóveis, lojas de eletrônicos, eletrodomésticos, de roupas, serviços como cabeleireiros, cursos superiores e outros, mecânicos, etc... Neste sentido muitas pessoas da classe média se beneficiaram, e diretamente. Estariam elas na funesta marcha de 22 de abril de 2014? São elas que difamam e atacam Dilma e Lula com comentários absurdos, que vaiam a presidenta na abertura da Copa?

Mas que estranho, pois o Brasil, após mais de uma década de PT, segue bastante igual ao que sempre esteve. A mesma péssima educação, principalmente a pública, os mesmos péssimos padrões de atendimento de saúde, principalmente o público -  com exceção, ainda pouca, do programa Mais Médicos. Os mesmos péssimos serviços, principalmente os que se destinam ao povo em geral. Como os coxinhas gostam, pois assim se sentem no alto... no alto de seus S.U.V., blindados na sua ignorância racista!

Os mesmos preconceitos, a mesma polícia violenta - principalmente com quem é mais pobre - a mesma corrupção no congresso - por que não se promoveu a TÃO esperada reforma política. Como os coxinhas gostam, pois disto sempre se beneficiaram. Então, do que reclamam?

A especulação financeira, imobiliária e as PRIVATIZAÇÕES SEGUIRAM FIRMES NESTES GOVERNOS. Como agrada aos da elite da Oscar Freire, de Ipanema e Leblon.!

Pouco mudou. Para quem desejava - e segue desejando - nos governos do PT, ver um real aumento da igualdade no Brasil, de oportunidades, para quem não as tem, quem desejava ver uma grande mudança, ver o fim da frouxidão das leis, ver o povo deliberar e participar sobre questões de sua vida...não viu. Segue tudo como os os administradores com MBA apreciam.

Então porque xingam, mentem e vaiam? Esta desunião do país, este desvirtuamento das reais preocupações que temos enquanto nação expressam a burrice e a ignorância de quem está atrás das grade dos edifícios. Um país não pode ser bom só para 10% de seu povo.

Não veem os marchadores da funesta e já apagada marcha da TFP 2014, no seu trotar, que temos todos, como sociedade, de lutar pela reforma política, por maior participação cidadã na sociedade, nas decisões sobre os destinos das cidades, pelo cumprimento das leis, pela validade viva da Constituição Nacional...?  Temos todos que nos empenhar no processo de construção de uma sociedade muito melhor e igual para todos, pois esta está muito longe de ser perfeita...




Mas que o PT foi infinitamente melhor que seus antecessores, isto é inegável...e muito pior do que nós, que o elegemos, esperávamos, também. E seguimos esperando e entendendo que se não participarmos muito mais da vida social, nada acontecerá. Apenas marchas
 de cavalgaduras como estas...