É exemplar, altruísta e político reunirmo-nos para discutir nosso entorno. E, na medida em que o fazemos, damos exemplo para os bairros que nos cercam, de mobilização e liderança na manifestação de descontentamento e desejo de mudança.
Tenho, porém, algumas considerações a fazer
99% das falas do grupo redundam, direta ou indiretamente, na questão carros, ônibus, vans, taxis e motos. "os ônibus param na minha rua e ninguém passa..."; as vans bloqueiam a saída de carros da minha casa...", "o trânsito atrapalha a passagem de carros na rua..." etc.
Todos querem ter a liberdade de usar seu carro e se locomover. Até o Padre, diretor do São Vicente, quer ter a liberdade de usar seus ônibus altos e grandes (para não usar mais que um, menores), e para isto sugere até que árvores sejam podadas.
Poucos lembramos da coletividade. Esquecemos de que podemos abrir mão de algumas prerrogativas para que todos possam usufruir de um direito igualitário. E somos mais que os moradores de classe média das reuniões. Somos mais que um bairro isolado na cidade.
E enquanto o mundo discute a importância do transporte coletivo, de qualidade, não gerador de CO2 e Efeito Estufa, insistimos no individual e na velocidade. Enquanto, despoluiu-se o Tâmisa, temos pudores em despoluir a baia da Guanabara, fazendo a parte que nos cabe.
Quando em Portugal, optou-se por Veículos Leves sobre Trilhos, para Lisboa, o raciocínio foi, não de carros particulares competirem por espaço com o VLT. Mas, de carros serem deixados em casa, e das pessoas optarem por este transporte coletivo. Assim também em outros países europeus. Esta é uma das sugestões que não vejo respaldada nas reuniões em que a exponho, e que não está listada no resumo do GT.
Secundariamente, a sugestão de uma ciclofaixa, cobrada de mim (pois a omiti) por várias pessoas na minha última fala também não recebe apoio verbal no coletivo nem menção no resumo (embora, enquanto falo, vários apoiam com um 'sim' de cabeça).
E por fim, uma novidade, para confirmar minha postura de 'esquisita': saibam que existem inúmeras estações minúsculas (duas caixas d'água) de tratamento de esgoto para prédios e hotéis. Umas tratam esgoto de 50 a 70 famílias. Estão todas na Internet. Muitos prédios tem espaço para elas. Se for uma medida da prefeitura, todos estes prédios, que despejam seu esgoto, primitivamente, no Rio Carioca, poderão despoluir o esgoto in loco e devolver ao rio água limpa.
Todos quando viajamos para o exterior, para a Europa, especialmente, podemos apreciar as soluções urbanas de qualidade, democráticas e simples que vemos. Porque insistirmos neste modelo que privilegia uns poucos e nos faz trombar, a todos, nas ruas lotadas de carros fazendo o que lhes é individualmente melhor...? Como bairro, podemos "detonar" uma mudança. Será uma semente muito boa, gerada a partir deste esforço grupal. Nada mais político, engajado e moderno.
...e imaginem, se depois de tudo isso, pudermos usar a praia do Flamengo e Botafogo para banho e lazer, e para comemorar...como se fazia no tempo de Machado de Assis?
Bjs
Recebi este comentário de "al mare LOVER":
Maysa,
excelente artigo
se cada um colaborar temos a força da coletividade, dois pontos:
1 - EXISTEM SOLUÇÕES de esgoto biologico (green machine veja na internet) que associados ao sistema de coleta e separação de resíduos diminuem muito a pegada ambiental dos predios e condominios
2- a solução de transporte coletivo integrado ao METRO diminuiria em muito os problemas do cosme velho
meus dois centavos
17 de agosto de 2011 06:47
2 comentários:
Maysa,
excelente artigo
se cada um colaborar temos a força da coletividade, dois pontos:
1 - EXISTEM SOLUÇÕES de esgoto biologico (green machine veja na internet) que associados ao sistema de coleta e separação de resíduos diminuem muito a pegada ambiental dos predios e condominios
2- a solução de transporte coletivo integrado ao METRO diminuiria em muito os problemas do cosme velho
meus dois centavos
Tambem gostei Maysa, temos quemudar os habitos e encontrar a harmonia coletiva.
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