sábado, 26 de janeiro de 2013


Livros Escolares....Descartáveis!


Não basta a montanha diária de lixo que produzimos, com copos, garrafas, latas, caixinhas longa vida de todo o tipo, papéis aos borbotões, embalagens mirabolantes e eletrônicos. Livros escolares também são descartáveis!

Modernos! Ou melhor, Moderna, Saraiva, Ática, Vozes e IBEP, Scipione...são algumas das editoras destes livros. Muitos possuem espirais e se parecem com revistas de atividades voltadas para o público infantil e juvenil.

Nas séries mais baixas, o aluno lê, preenche, escreve, colore, recorta, cola e desenha neles. E no fim do ano, descarta-o, joga-o fora...ou guarda-o, como recordação. Ninguém poderá herdá-lo. Entre os alunos mais avançados, a maior parte das escolas não adverte o aluno para que preserve seus livros. Ao fim dos anos, estes estão rasurados, desenhados, com “orelhas”... só lhes resta o lixo.

Acabaram-se os dias dos livros que passam de um irmão ou um amigo para o outro. No Brasil das escolas particulares, hoje, a cada ano, pais compram livros novos para seus filhos!

Lutando contra a corrente, um esforçado casal de amigos, pais de um aluno, dispõe-se todos os anos a apagar, diligentemente, os escritos dos livros herdados... mas isto só é possível se o usuário original não escreveu ou desenhou à caneta, não sublinhou, não colou, rabiscou, sujou, dobrou, cortou e pintou... e se os professores, claro, não deram vistos ou fizeram comentários à caneta... UFA!!!!

Não há nada de didático na compra anual dos livros escolares: a conta financeira é sempre muito alta (este ano, a conta dos livros do meu filho que vai para o 9º ano foi de  R$ 1800,00!!!). A conta ambiental  dos novos livros é mais alta ainda – além do lixo que se produz no descarte,  há toda uma boa "pegada ambiental" para cada livro – madeira, muita água e energia, tintas, plásticos, transporte, etc... que entram na produção de cada unidade. E, finalmente, o aluno deixa de incorporar a noção de que livros devem se respeitados, pois podem ser lidos por muitas outras pessoas. Esta é ainda a cultura em que estamos inseridos. Ou não?

Como solução, que exige esforços, existem as feiras de trocas de livros em algumas escolas. No fim do ano, os alunos doam os livros que estão em condições de re-uso, e retiram os que precisam.  Isto não é fácil: exige boa vontade e a criação desta cultura na escola. Depende também da boa vontade e compreensão das editoras que não devem mudar conteúdo, capa e a organização dos livros, apenas para que novos volumes sejam vendidos.  E mais, escolas devem estar atentas para evitar indicar estes livros e estas editoras que mudam as edições só o suficiente para que as antigas não sejam reutilizadas.

As escolas de governo, lembremos, re-utilizam os livros didáticos e os alunos devem conservá-los durante o ano para entregá-los à instituição no fim do ano.  Um ótimo exemplo para as escolas particulares, verdadeiramente MODERNO.

Um comentário:

rjs disse...
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