terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Filhos, festas e aparelhinhos eletrônicos.

Do Blog Ombudsmãe (de Thaís Vinha)
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Você está numa festa ou jantar. Ao seu lado, um adulto saca do bolso um celular e começa a interagir com a tela. Você tenta puxar conversa, mas ele responde por monossílabos, sem tirar os olhos do pequeno monitor. Isso quando lhe dá alguma resposta. Logo, você e todos ao redor desistem de fazer contato. E a festa segue sem ele.

Adultos normalmente não fazem isso em encontros sociais. É extremamente mal educado além de um despropósito em uma reunião entre familiares e amigos. Quem não quer interagir, que fique em casa.

Pois alguém me ajude a entender o motivo deste comportamento ser cada vez mais tolerado entre as crianças e adolescentes. Nos eventos deste final de ano, me surpreendi com a quantidade de crianças em atitude quase autística diante de um pequeno aparelho eletrônico. 

Meninos e meninas que não conversam com primos, mal respondem às perguntas dos avôs e não se esforçam em fazer amigos. Cheguei a testemunhar adolescentes entediados em locais com mar, gente da mesma idade e piscina, porque lá não tinha internet ou gueiminho. E o pior é que faziam todos ao redor se sentirem os mais chatos do planeta. Difícil competir com o Steve Jobs ou com o Mark Zuckerberg.

Eu sei que começar o ano com um puxão de orelha não pega nada bem, mas pai e mãe, que filhos são esses que estamos criando? A sociabilização é um aprendizado. E como todos os aprendizados tem suas etapas ao longo das diversas fases da vida. Nossos filhos, com nossa total conivência (e, convenhamos, muitas vezes para nosso sossego), estão deixando de viver fases essenciais deste aprendizado. 

Os aparelhinhos são inevitáveis? Que sejam, mas cabe a nós orientá-los para o uso social deles. Em festas nem pensar. (Em recreio de escola idem, onde já se viu criança parada e sozinha no intervalo?)

Tourear crianças em restaurante ou eventos não é fácil. Mas se o convite é para levá-las, que sejam aceitas como são: irriquietas, brincalhonas, barulhentas, crianças, ora!  Antes isso do que decorações de mesa com brilho azul no rosto.

O que mais sinto é pela perda. As crianças que vi conectadas me pareceram muito legais. Talvez se eu tivesse um outro aparelhinho conseguiria que elas me adicionassem como amiga. Na base da conversa, fracassei.





2 comentários:

Edison Waetge Jr disse...

É dura a competição com um objeto que não fica de mal com a gente, que podemos desligar a qualquer hora (se quisermos), que não nos cobra nada etc. A interação ao vivo dá muito trabalho.

Porém, não vejo muita diferença da dedicação aos gueimezinhos para o tempo que eu (reconheço) perdi da minha infância em frente à televisão. Quase me arrependo, mas de um forma ou de outra, fez parte da minha formação. Para o bem ou para o mal.

Boa semana!

Coletivo Cidadãos disse...

Mas, para quem é mãe ou pai, é triste ver este vazio em que filhos mergulham, a maior parte do tempo, neste objetos eletrônicos. É uma luta!