domingo, 30 de agosto de 2009

Sacolas plásticas: pense bem, e rápido, antes de aceitar a próxima!


(Texto esrito para publicação no Jornal do INPI/agosto 2009)

Os oceanos do mundo estão lotados de plásticos. São Maranhões de sacolas a flutuar nos mares! O mundo todo as usa, afinal, comprar é o grande esporte dos nossos tempos! E nós, no Brasil, abusamos. Compramos uma lâmina de barbear e a levamos na sacola. Uma aspirina, e lá vem o saco. Uma inocente barrinha de cereal...e um insalubre plástico a acompanha. Que saco! Por que não recusamos sacolas plásticas? Será inércia? Vergonha? Pois vergonha é o que devemos sentir em relação à nossa inação!

Pensemos juntos. Sacolas plásticas são baratas para o comerciante e de graça para nós, consumidores. Oba! Mas para o meio ambiente, hummm! Para a natureza – e somos parte dela, lembra-se? - o custo é altíssimo e não está computado nas despesas. Agora, quem paga a conta por nossa irresponsabilidade ambiental coletiva é a natureza. No caso das sacolinhas, é a vida marinha, peixes, tartarugas e baleias, quem paga. Em breve, a conta será de todos. Afinal, tudo está conectado. O que fazemos de bom e ruim, na sociedade e no planeta, converte-se em custos ou benefícios para a coletividade. Aproveitemos porém que, na rede em que vivemos, as boas 'maneiras' de um logo contaminam os outros.

Sem mais conjecturar, mudemos já. É simples e fácil. Pode ser o início de uma longa e saudável jornada de mudanças de atitudes. Na sua próxima compra, daqui a pouquinho, recuse uma sacola plástica. A primeira, a gente não esquece! Será um pequeno passo para você, um passo gigante para o planeta. Objetos pequenos, como remédios, pilhas e balas, podem ser colocados na bolsa ou no bolso. E ao recusar a sacolinha, fale alto e claro: “Obrigado, não necessito da sacola”. O caixa e as pessoas da fila o ouvirão, e isto não é pouca coisa, creia-me! Sentirão uma ponta de inveja de sua atitude. Nas compras maiores, no supermercado ou padaria, leve sacolas, à moda antiga. De pano, palha, ou as novas e bacanas que se vende por toda parte. Assim faziam nossas felizes e sábias avós. E há cada dia mais pessoas nesta onda.

Muitas pessoas me dizem, porém, que necessitam dos sacos para embalar o lixo. Isto é verdade. Mas, se você notar, acabamos com mais sacolas do que podemos usar. E muitas, pequenas, ou como as recebidas em livrarias e lojas de roupas, não se prestam a sacos de lixo. Recuse-as e ponto. Além do mais, quando separamos o lixo reciclável, usamos um número muito menor de sacolas. 80%, em média, do volume do lixo que produzimos diariamente, em casa e no trabalho, compõe-se de lixo reciclável. Sobra pouco lixo comum. Nas lixeiras para recicláveis, em condomínios e locais de trabalho, como no INPI, não é necessário usar sacos de lixo. Os recicláveis são lixo “seco”.

Mas, falemos disto numa próxima oportunidade. À moda de Jack, the ripper...vamos por parte. Por hora, comece a recusar sacolas. Depois, se a moda pegar, você logo se verá separando o lixo reciclável, reduzindo o uso de água e eletricidade, evitando o uso do carro, consumindo orgânicos, separando sobras vegetais para compostagem .... neste dia, considere-se um autêntico cidadão dos modernos tempos modernos, tempos em que cada um pensa em si como parte de um todo, o coletivo de todos nós!
Nova lei: DA SOLIDARIEDADE

(redigida por conta da convocação de Susana Barros aos colegas e amigos, para que a apoiassem na manifestação contra a CEG e a ALERJ, na ação que ela e outras mães moveram contra a empresa para incriminá-la pela morte dos filhos por gás. Ao pedido de apoio, atenderam cinco pessoas, extamente, de um universo de 300, aproximadamente. Minha indignação, diante desta indiferença e alienação dos colegas, foi imensa.)

ART. 1 Fica decretado que nenhuma mãe será obrigada, ela própria, a escrever aos colegas e amigos para pedir-lhes que a apoiem, e a outras mães, com a presença numa manifestação contra a empresa de serviços públicos privatizada, negligente e avarenta, que vitimou mortalmente sua filha ou seu filho. Os amigos convocarão a todos;

ART. 2 Fica também aqui decretado que esta mãe não precisará, ela própria, providenciar a confecção de uma faixa a ser ostentada na pequena manifestação – que reclama a culpa da empresa, mas que não lhe trará a filha, ou o filho, de volta. Os amigos providenciarão tudo;

ART. 3 Fica ainda decretado que os amigos comparecerão em peso e, num gesto solidário, tomarão das mãos desta mãe a faixa, para ostentá-la diante de automóveis e ônibus que, ferozes, ameaçam-lhe a integridade e a vida. Os amigos a substituirão, segurando as faixas e brigando com a pressa egoísta e não solidária dos passantes;

Inciso I Para fins desta Lei, ficará subentendido que amigos são os amigos, propriamente ditos, os conhecidos, os subordinados, os superiores, os que desconhecem a mãe, mas, enfim todos que conhecem o sofrimento que é perder uma filha ou um filho;

ART. 4 Fica, além de tudo o mais, decretado que não é preciso ser mãe ou pai para sentir carinho e empatia com esta e com as outras mães. Basta ser filho: você mesmo;

ART. 5 Fica decretado, sem esquecer, que não é necessário passarmos pelo que alguém passou para setirmo-nos solidários com a pessoa;

ART. 6 Fica, acima e além de tudo, decretado que filhas e filhos não morrerão mais antes de suas mães, e de seus pais. E esta cláusula é completamente pétrea!

Esta Nova Lei entrará em vigor no momento em que os destinatários a lerem.

E estamos ditos.
M.B. 27/08/2009