sábado, 27 de novembro de 2010

Desigualdade, este é o teu nome!

É simples. Desigualdade. Este é teu nome. É a desigualdade que está na raiz de quase tudo o que vemos, ouvimos e evitamos. No rádio, primeiro a notícia dos ataques no Rio. Carros e ônibus queimados, um ou outro preso. Garrafas com gasolina. Desigualdade. Este é teu nome. Em seguida, notícias de São Paulo. Sem–Tetos invadem prédio e são removidos. Desigualdade. Este é teu nome.

Marxismo, comunismo, socialismo, capitalismo, liberalismo, neoliberalismo – desigualdade. Este é o nome do que está na base deste longo e interminável embate. E por não trabalharmos no sentido de eliminar gradual ou bruscamente a desigualdade, estas discussões ideológicas continuarão por muito tempo. Talvez nunca terminem, porque talvez o homem não esteja programado geneticamente para viver em igualdade. Desigualdade, este é o nome. A história está longe de seu fim.

Sabiamente, Lula promoveu uma ínfima distribuição. É tão pouco o que distribuiu. Entretanto, a vida de muitos melhorou. Gerou-se uma cadeia ascendente de maior poder aquisitivo, de desejo de melhora. Pessoas investiram em bens de consumo, duráveis ou não, essenciais ou não. Mas investiram também em estudo. Muitos se valeram do controverso sistema de cotas. Bom pra eles! Tão pouco fez o Lula e tanto ele fez! Mas, porque ninguém antes, cá por estas bandas, nem isto fez?

O ser humano, está claro, vive bem e feliz com bem pouco: uma moradia segura, física e juridicamente, com equipamentos básicos, energia, água e saneamento, coleta de lixo, e transporte público a curta distância; escola, nos moldes de um CIEP e nada mais que um CIEP, para todos os pequenos; escolas técnicas, para os médios; faculdades técnicas ou completas, para todos; trabalho, para todos, a caminho de estes tornarem-se progressivamente mais e mais sustentáveis; e saúde, boa e ampla, com tônica na prevenção, como muitos países oferecem a seus cidadãos.

Desigualdade. Por que tanta? Até quando? Quanto custa enfrentar-se a desigualdade? Quanto sai a conta de prover o cidadão com o básico, para que ele possa livremente desenvolver-se? Todas as ações de particulares, empresas e pessoas comuns, de governos e instituições públicas devem se voltar para o projeto do fim da desigualdade. Devem-se abrir portas e caminhos, vencer todos limites, pensar novo, acreditar-se no sonho de um país igual, sem feias grades, um país que investe, crê e preza o que é público.

De outra forma, viveremos sempre aos trancos e barrancos, inventando ideologias que camuflam a desigualdade. Nossos olhos pregados no lamentável show televisivo de polícias e milícias. Quanto desperdício humano. Quanta falta de foco. Quanta vergonha desta desigualdade que tem há tanto sido a verdadeira autora da nossa história! Basta desta mentira!

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